EDITORIAL

Há um contexto novo que orienta para uma redefinição da atuação profissional do bibliotecário? Os participantes do 14° Painel Biblioteconomia em Santa Catarina estão convictos de que sim. E foi essa convicção que reforçou a idéia dos dirigentes da Associação Catarinense de Bibliotecários de investir na recriação de uma revista para ocupar o papel dantes desempenhado pelo Boletim ACB.

Convicção de contexto novo é certamente produto de percepções, vivências e convivências que, enquanto pessoas e profissionais, os bibliotecários estão tendo. Isso gera angústia e apreensões que mobilizam para o estudo mais amplo, bem como para a análise de fatos e fenômenos mais imediatamente experienciados, provocando a concepção de novos caminhos como alternativas para a melhoria da prática em realização.

Foi assim no 14° Painel, fórum em que se discutiu exaustivamente a opção formativa, com ênfase nos conhecimentos que o bibliotecário do início do Terceiro Milênio necessita ter, das habilidades que precisa evidenciar, dos compromissos que necessita admitir como condição para poder continuar a ser um membro ativo e produtivo em uma sociedade centrada no trabalho e na produção material.

Porém, a discussão da opção formativa foi empreendida a partir de um diagnóstico que resgatou a idéia de uma sociedade em transformação, isto é, de uma sociedade que exige do conhecimento e da informação que se colo  quem como a matéria fundamental para o seu avanço. Desse modo, a constatação da necessidade de uso intensivo de tecnologia de comunicação da informação, da capacidade de bem utilizá-la e explorá-la essa tecnologia, dos produtos que as redes telemáticas podem oferecer foram questões debatidas com a seriedade necessária para se ter a certeza, ou quase certeza, da imediata redefinição de formas e de procedimentos de trabalho ainda em uso.

Ora, conhecimento e informação, a matéria prima da transformação da sociedade, é também a matéria-prima da transformação da prática bibliotecária. Porém, ambas precisam, além de sua produção, de uma série de meios de registro e difusão dentro os quais os periódicos têm lugar importante. E assim, dentro dessa visão pragmática, colocou-se como inescapável a decisão da criação da Revista ACB, a revista da Biblioteconomia em Santa Catarina; uma revista que poderá ser dinâmica e capaz de acompanhar e publicar a produção intelecto-profissional dos bibliotecários brasileiros, especialmente dos de Santa Catarina, bem a como dos aspirantes e bibliotecários [estudantes de Biblioteconomia] e, mais que isso, ser um fórum alimentador das discussões indutoras de mais larga compreensão da amplitude do papel social profissional bibliotecário.

Neste primeiro número, estão publicadas as colaborações que foram comunicadas no 14° Painel Biblioteconomia em Santa Catarina. Isso se dá tanto como forma de ampliar a discussão já iniciada, mas porque foi dali que derivou a idéia de criação de uma Revista: uma idéia umbilicalmente relacionada à visão formativa, visão esta que para gerar fatos e ações práticas exige textos publicados que se caracterizem como produtos intelectuais interpretativos do momento e indutores do futuro.

De outro lado, seu lançamento coincide com os -Vinte e um -anos de criação da ACB, uma entidade que representa a idéia da classe de bibliotecário que, portanto, sendo nossa "cara" institucionalizada cada vez mais exige de nós a integração e mútua cooperação como formas de virmos a ter a força capaz de transformar nossas convicções em realizações - tanto em nível profissional, como em nível pessoal.

A Comissão